Aconteceu com êxito o IV Belô Poético.
Do dia 10 a 13 de julho de 2008, Belo Horizonte recebeu poetas de 9 estados brasileiros, além de Portugal. O IV Belo Poético – Encontro Nacional de Poesia fez uma comunhão poética entre o Distrito Federal, Goiânia, Minas Gerais, Paraná, Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul, Rio Grande do Norte, Santa Catarina, São Paulo e Portugal.
Os colaboradores estavam em forte sintonia e tudo transcorreu com muito ânimo, calor de satisfações e trabalho, muito trabalho, gratificante e imprescindível.
As atividades previstas na programação foram desenvolvidas com total entusiasmo, comprometimento e empenho. Um exercício de oportunidades e emoções.
Segundo Rogério Salgado, um dos realizadores do evento: “O Belô Poético é uma oportunidade para os poetas mostrarem seus trabalhos e talento. Fazerem contatos e ampliarem seu universo artístico, sem estrelismos inconvenientes, atitude que a própria poesia repele. De igual para igual, como seres humanos que são.”
“O Belô é um evento sem fins lucrativos e que por ser assim, todos são considerados colaboradores. É uma ponte para grandes contatos e oportunidades de trabalho, dentro e fora do país.” Enfatiza o poeta Rogério Salgado, que evidenciou como nunca o homo complexus nele existente, durante o “Circuito de Opiniões” do sábado à tarde; em que os palestrantes colaboraram e mostraram competência ao debater o tema. Neste Circuito o homo demens emergiu no poeta Rogério Salgado, pela necessidade de se defender a genuinidade do Belô Poético, pois a sua luta nesse Encontro é para que os poetas se envolvam na proposta e lutem sobretudo pela poesia e pelo bem da humanidade.
Salgado enfatiza que emocionou-se com o despojamento, percepção, comprometimento e solidariedade do poeta português, Fernando Aguiar, o qual envolveu-se nas atividades da programação do Belô, nas quais, ora ele foi o protagonista, ora público participante. Foi raro não vê-lo durante o Encontro, pois esteve na abertura oficial, caminhada literária, relato de opiniões; falou do seu processo poético, ao lado do jornalista
Alécio Cunha; marcou presença no Circuito de Opiniões, no chá da tarde, na Teia Poética e finalmente no Passeio à Sabará. Realmente foi o poeta que deu o maior exemplo de contribuição a um evento que vem se estruturando com muita luta, pelos seus organizadores, os quais não têm o Estado por trás de seus intentos, porém preservam os mais nobres objetivos: valorizar a poesia, os poetas, abrir um leque de oportunidades para contatos, exibir e divulgar o trabalho de cada um pelo Brasil e além dele. Importante lembrar que muitos poetas que hoje viajam para congressos poéticos no Rio Grande do Sul, recebem o carinho de poetas em seus lares no Rio de Janeiro, São Paulo, entre outros Estados, para divulgarem os seus trabalhos, fizeram essa “ponte” no Belô Poético.
A mais recente viagem, em 15/07/08, para a divulgação de seu trabalho foi a da poeta e cantora, Rosa Helena Pimentel, para Blumenau; um convite da poeta gaúcha, Maria Clara Segóbia. Afinal é, sobretudo, para isso que serve o Encontro, como os encontros de negócios daqueles que têm visão além. Encontrar-se para prosperar. Com desejo, boa vontade, compreensão, colaboração e envolvimento.
Na abertura do dia 10/07, foram feitas as homenagens aos poetas: Helton Gonçalves de Souza, precursor de programas de TV no Brasil, sobre literatura brasileira, criador e realizador do programa “Vereda Literária”, na TV Top Cultura; Selmo Vasconcellos, editor da página cultural do jornal Alto Madeira, de Rondônia; Terezinka Pereira, poeta mineira, radicada nos Estados Unidos da América, presidente da IWA – International Writers and Artists Association, a qual luta pela paz, com poesia e filosofia durante as suas viagens por vários países; Wagner Torres, poeta mineiro e primeiro presidente do Sindicado dos Escritores de MG; José Afrânio Moreira Duarte, poeta, escritor e crítico literário, um dos grandes incentivadores de escritores iniciantes, falecido em 03/06/2008; e Waldir P. Carvalho, poeta, escritor, historiador, radialista e alfaiate, autor de “Gente que é nome de rua”, falecido no final de 2007.
O ponto alto foi a performance “POESIA-AÇÃO NO BELÔ” com o poeta português Fernando Aguiar, que com sua irreverência agradou a todos. Rodrigo Marcos de Jesus proferiu logo após, uma palestra sobre “A poética que descortina o homo complexus”, tema do Encontro neste ano. Num momento de descontração, o cantor e poeta Thelmo Lins e o Grupo Chega de Saudade de Itabirito interpretaram poemas musicados de Carlos Drummond de Andrade e Cecília Meirelles, seguido de um coquetel de abertura, servido ao público presente. Ao fundo, ficaram expostas as “Mandalas Poéticas” da artista plástica mineira, Regina Ximenes.
Dia 11/07, sexta-feira, a manhã ficou por conta de um exercício de cidadania no Espaço Galbart, do Hospital Psiquiátrico Galba Veloso, na Gameleira, com a presença dos poetas
Deomídio Macedo, da Bahia, Mavot Sirc e Cristovan Tadeu Martins, de São Paulo, Maria Morais, Paulo Fernandes Dias, J. Franco, Ana Paula Generoso, Rodrigo Starling e Lea Lu, de Minas Gerais, Miria Pereyra, do Rio Grande do Sul, Glorinha Gaivota e Kedma O´liver, de São Paulo, Sol Ramalho, de Goiás, entre outros.
Às 14 horas aconteceu a palestra “Longino e Carlos Drummond de Andrade” com o poeta Luiz Zanotti, do Paraná. Às 15 horas foi à vez do Grupo Contar-te da UFMG se apresentar, seguido de relatos poéticos coordenados pelo poeta brasiliense Luiz Carlos Cerqueira. De 19 às 22 horas os poetas se confraternizaram no Sarau Lítero Musical e lançamento da antologia “Poetas Em/Cena 2” , no Status Café Cultura e Arte, articulado pelos mineiros Heleide O. Santos, Bilá Bernardes e Aroldo Pereira, com apresentação de vários poetas e dos músicos: Tiago Frederico Barbosa, Babilack Bah, Rui Montese, Rita Silva, Jorge Dissonância, Ricardo Evangelista e Sueli Silva.
Sábado, dia 12/07 os poetas fizeram uma caminhada literária pelos pontos históricos-turísticos de Belo Horizonte. Foram ao Hotel Maravilhoso, prostíbulo onde, segundo reza a lenda, viveu Hilda Furacão, Cantina do Lucas, recanto boêmio dos artistas, viaduto Santa Tereza, Igreja de Lourdes, Praça da Liberdade e Praça da Estação. A coordenação desta atividade ficou por conta de Lívio Santos Soares.
À tarde, às 15 horas, o poeta e jornalista Alécio Cunha conversou com o poeta português Fernando Aguiar, cujo tema foi: o poeta e o seu processo de criação. Às 16: 30 horas houve uma parada para o chá da tarde, voltando às 16h20 com o Circuito de Opiniões sobre as Faces do Homo Complexus Poeta, que foi aberto com uma performance do poeta Artur Gomes. Debateram os poetas mineiros Osmir Camilo, Wilmar Silva, Eugênio Magno, Aroldo Pereira e J. Franco, o carioca Tanussi Cardoso, o fluminense Artur Gomes e o potiguá Carlos Gurgel.
Às 20 horas deu-se início a “Teia Poética”, com cada poeta mostrando sua inusitada performance. Sendo os vencedores: 1º lugar, Guilherme Rodrigues, de Montes Claros/MG,
2º lugar Deomídio Macedo, de Guanambi/BA e em 3º lugar José Luiz de Moraes Matos, de São Jerônimo/RS. A menção honrosa foi para o belo-horizontino Paulo Fernandes Dias. Os jurados foram: o poeta mineiro Rodrigo Starling (Presidente da mesa), a gaúcha Maria Clara Segobia, Leonardo de Magalhaens, Leonardo Vieira, mineiros e a catarinense Walnélia Pederneiras.
Domingo, dia 13/07, os poetas participaram das oficinas lideradas somente por mineiros: “Aprendendo a fazer um livro artesanal” com Lea Lu e “Poesia de Quintal: cheiro, cor, sabor e amor”, com Inêz Alves e Diowani Mendonça. A abertura foi do
poeta e ator Deomídio Macedo, interpretando seu personagem Velho Baltazar. Na parte da tarde, para encerrar o Encontro, os poetas foram à histórica cidade de Sabará.
Mais uma vez os realizadores deste evento, os poetas Rogério Salgado e Virgilene Araújo, e toda a Equipe de Apoio: Bilá Bernardes, Heleide Santos, Ana Paula Generoso, Inêz Alves, Luiz Leite, Graça Faisão, Virgínia Araújo, Rodrigo Starling, Lea Lu, entre outros, parabenizam aos poetas que muito contribuíram para manter a chama acesa da poesia.
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